Nascem 100 a 200 crianças com surdez todos os anos
25 | 09 | 2010 17.10H

Entre 100 a 200 crianças nascem todos os anos em Portugal com problemas de surdez, segundo estimativas do Grupo de Rastreio e Intervenção da Surdez Infantil (GRISI).
Destak/Lusa | destak@destak.pt
Segundo Luísa Monteiro, médica e promotora do GRISI, cerca de 90 por cento dos recém-nascidos saem das maternidades e hospitais portugueses já com rastreio auditivo feito, o que permite iniciar desde cedo programas de reabilitação e integração destas crianças.
Antigamente, só quando as crianças chegavam aos três anos e não falavam é que se tentava procurar a causa, verificando-se muitas vezes deficiências auditivas significativas.
Mas nessa altura, o sistema nervoso central e as vias auditivas já têm menor capacidade para ser estimuladas do que num bebé pequeno.
Estes rastreios globalizados nas maternidades têm sido possíveis graças à boa vontade dos médicos e das administrações hospitalares, conta Luísa Monteiro, apelando às autoridades para que tracem planos nacionais para o problema da surdez infantil.
“Nunca houve uma diretiva imanada das autoridades de saúde para fazer estes rastreios. Os profissionais têm copiado modelos de outros países que têm tudo isto implementado”, refere em entrevista à agência Lusa.
Outro dos problemas da falta de centralização é a ausência de números globais oficiais sobre o problema. Apesar de alguns hospitais terem os seus próprios dados, não há quem os recolha e compile, o que não permite fazer uma boa planificação da necessidade destas crianças.
“Não há registos centrais. Nem no Ministério da Saúde nem o da Solidariedade Social terão números fidedignos. Isso causa alguns problemas em termos de planeamento”, apela a fundadora do GRISI.
No entender da médica, centralizando os números dos rastreios, as autoridades de saúde conseguem por exemplo saber quantas crianças com deficiência auditiva vão entrar na pré-escola em cada concelho e por ano escolar.
Por comparação com as estatísticas dos outros países, os especialistas estimam que uma a duas crianças por cada mil recém-nascidos tenha deficiência auditiva, o que dá entre 100 a 200 crianças por ano.
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