30 janeiro 2008

Comentário 52

"ALUNOS SURDOS NO ENSINO REGULAR"

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Blogger Nanda disse...

Recordo o meu passado... Estar à frente nas carteiras da sala já não chegava, dividida entre o permanecer toda a aula a olhar para os lábios do professor ou escrever apontamentos das poucas coisas que ouvia... um dilema. Esta fase passou... Quando cheguei à faculdade, vi um problema maior: as intermináveis filas de alunos que se faziam para se sentarem nas carteiras da frente... as salas de 100m2 que me obrigavam a estar lá ao fundo, arranjei uma solução, que ainda hoje os meus pais desconhecem. Vou partilhar convosco... Os meus pais antes de irem trabalhar acordavam-me para as aulas, eu levantava-me e vestia-me, depois de os meus pais sairem para trabalhar, voltava a enfiar-me na cama. Ia apenas às aulas de números (tinham sempre a presença do quadro), nas aulas de matemática e outras similares, quase que a sala era só para mim... aprendi o complexo mundo da matemática a olhar para o quadro, olhava para as equações, fixava atentamente e tentava na minha cabeça chegar ao resultado final e consegui. As aulas teoricas foram passando de uns anos para os outros, mas acabei por fazê-las decorando os textos que os meus colegas me dispensavam. Aos que me deram apontamentos, o meu bem hajam; foi toda uma vida de estudo sempre a pedir apontamentos, pois as frases estavam sempre incompletas por culpa das palavras que não ouvia e/ou entendia.... Já passou e consegui.
Hoje decidi aprender LGP e a minha filha, minha ouvinte (ela me avisa que o telefone está a tocar) está sempre ansiosa por aprender coisas novas, com 2 anos de idade tem uma memória maior que a minha. Deixo aqui o meu testemunho das dificuldades que senti no meio escolar...

30 Janeiro, 2008 22:01

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