19 maio 2007

CRIADAS ESCOLAS DE REFERÊNCIA PARA DEFICIÊNCIAS PROFUNDAS

JORNAL DE NOTÍCIAS

19/5/2007



Criadas escolas de referência para deficiências profundas

artur machado
Educação especial estará sujeita a nova legislação


Alexandra Inácio

OGoverno vai mudar a legislação que regulamenta a educação especial. Surdos, cegos, autistas e multideficientes vão ser incluídos no sistema regular de ensino em redes de escolas de referência. Este ano estão inscritos 878 alunos surdos em 212 escolas, uma dispersão que, para o secretário de Estado da Educação, "dá conta da irracionalidade da rede".

O objectivo é juntar estes alunos em estabelecimentos de referência para que os recursos humanos e tecnológicos especializados possam ser potenciados e os alunos conseguirem integrar-se e aprender. No início do ano lectivo arranca a rede para surdos. Há falta de professores de linguagem gestual, alertou Valter Lemos, num encontro com jornalistas.

Até 2013 o Executivo pretende que o sistema tenha capacidade de resposta para todas as crianças, incluindo os deficientes profundos, que passarão de instituições especializadas como a Cerci, para o sistema regular. Com os alunos "migrarão" progressivamente professores, técnicos, terapeutas e recursos materiais.

"Não é possível ter um discurso sobre inclusão e uma prática de exclusão", considera Valter Lemos. Os deficientes profundos serão distribuídos nas redes de referência. A rede geral terá de ter capacidade para receber todos os outros alunos com necessidade de ensino especial - como deficiências mentais ligeiras ou com trissomia 21.

As medidas vão implicar uma reorganização total do sistema. A revolução começou pela definição dos conceitos. "O sistema de sinalização actual não é fiável", reconhece Valter Lemos, referindo existir freguesias em que a quase totalidade dos alunos estão sinalizados com necessidade de educação especial. A lacuna na lei gerou diagnósticos errados. Neste momento, admitiu Valter Lemos, há crianças com deficiências profundas sem professores de ensino especial e outras, que requerem outro tipo de respostas como apoio pedagógico, e que dispõe desses docentes.

O Governo espera que uma boa sinalização corrija a colocação dos professores, que ficarão afectos aos agrupamentos. Médicos e psicólogos também passarão a fazer a identificação desses alunos. E a pretensão é que os problemas sejam detectados o mais cedo possível.

1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

"irracionalidade da rede" - Senhor Valter Lemos???????? E agora está racional???? O senhor não tem nenhum filho surdo bebé, a ter de se deslocar 60 km para ir à escola e outros 60 para regressar a casa no final do dia, pois não? E sabe?! Linguagem gestual já morreu há 10 anos, agora há é Língua Gestual!

27 maio, 2008 16:07  

Enviar um comentário

<< Página inicial

contador de visitas blog