FALTAM PROFESSORES PARA ENSINAR CRIANÇAS SURDAS
19/5/2007
FALTAM PROFESSORES PARA ENSINAR CRIANÇAS SURDAS
Educação:Regime de educação especial vai ser alterado
O sistema da sinalização de crianças com necessidades educativas especiais(NEE) vai ser feito por várias entidades: pediatras,psicólogos,técnicos,professores e pais
O Ministério da Educação (ME) quer alterar a legislação da Educação Especial e por isso vai recorrer a um modelo de classificação internacional: o Sistema de Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). “O sistema actual não é fiável”, explica o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. No início do ano estavam sinalizadas 30 mil crianças com NEE – mas o Ministério estima que no final do ano lectivo esse número se situe nos 24 mil. Analisados 30 agrupamentos, confirma-se que dos 2060 alunos sinalizados apenas 1126 precisam de acompanhamento especializado.
O CIF assenta numa lista de itens, com questões relativas ao perfil das funcionalidades – saúde, mobilidade ou deficiências –, da actividade e participação do aluno na vida escolar e de factores contextuais – relação com os outros ou com a família.
Um dos objectivos é a passagem de todas as crianças com NEE “para dentro das escolas”. Ou seja, as instituições de educação especial passam a ser centros de recursos, “em articulação com as escolas da sua área”. “O caminho a seguir é a extinção das escolas especiais até 2013”, informa Luís Capucha, director-geral da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.
Este ano foram colocados 4388 docentes em educação especial. No entanto, ainda não chegam. “Faltam professores com valência em linguagem gestual para surdos ou especialistas em acompanhamento de autistas”, diz Valter Lemos. Até agora, mais de 500 professores de Educação Especial receberam formação específica. O ME estima que no final do ano lectivo exista um professor para cada seis alunos com NEE. A avaliação precoce é outra meta. “A partir do nascimento o sistema deve ser organizado para fazer a despistagem dos casos de modo a que quando chegam ao jardim-de-infância já haja condições para o acompanhamento”, diz Luís Capucha.
CRIAR QUATRO SUB-REDES PARA PROBLEMAS MAIS COMPLEXOS
O Ministério da Educação (ME) vai alterar o decreto-lei da Educação Especial. Uma novidade é a criação de quatro sub-redes especializadas, com escolas/agrupamentos de referência, para evitar a dispersão de alunos com problemas de acompanhamento mais complexo. Serão criadas as sub-redes de Ensino Bilingue para Alunos Surdos, para a Educação de Alunos Cegos e com Baixa Visão e as unidades de ensino estruturado para a Educação de Alunos com Perturbações do Espectro do Autismo e unidades de Apoio Especializado a Alunos com Multideficiência.
“São redes de baixa incidência e grande complexidade. Se uma criança com trissomia 21 pode fazer um percurso normal, uma com autismo precisa de acompanhamento especializado”, diz Luís Capucha, director-geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.
A rede de referência de escolas para surdos deve começar a funcionar em Setembro. Actualmente estão sinalizados 878 surdos em 212 escolas e 787 cegos/baixa visão em 591. O ME estima que estejam sinalizados 827 multideficientes em 362 escolas e 494 alunos com espectro de autismo em 90 escolas.
Edgar Nascimento
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