14 janeiro 2006

SURDEZ

REVISTA 6ª
DIÁRIO DE NOTÍCIAS

13 DE JANEIRO DE 2006

NUNO GALOPIM
TROLARÓ

SURDEZ

Pete Townshend,cuja prematura perda de audição há muito é pública,é um dos músicos que recentemente vieram a público chamar atenção dos perigos que enfrenta a geração iPod,caso se exceda o volume de audição de música e o tempo de exposição a sons extensos. O músico,que fez carreira na banda que foi apelidada como a mais barulhenta do mundo (The Who),enfrenta danos irreparáveis no sistema educativo,situação que não é estranha no mundo da música,com casos conhecidos como os de Morrissey,Neil Young,ou Sting,e não menos vulgar em instrumentalistas da clássica.
As potenciais lesões auditivas causadas por excessiva utilização de headphones(em volume menos meigo de som)foram também questão levantada quando,em 1979,a Sony apresentou o Walkman no mercado e,em pouco tempo,a música deixou de ser coisa de sala,carro e concertos e passou a acompanhar-nos na rua,no metro,até no trabalho.A diferença entre o Walkman e os novos leitores de mp3 é a da sua capacidade de armazenamento e,portanto,de oferta musical durante períodos bem superiores,aumentando o tempo de exposição ao som.
Há,contudo,normas de segurança aplicadas por lei. Os iPod,por exemplo,têm na Europa um limite de volume de som nos 104 decibéis,mesmo assim,ainda um execsso face ao valor recomendado de 85 db.
Neste momento a associação americana Hearing Education and Awareness for Rockers e o Royal Institute for the Deaf inglês lideram campanhas de sensibilização para uma mais correcta escuta de música por headphones.É claro que há quem comente que os temores levantados nos dias do walkman eram excessivos.Mas as lesões não são imediatas...E deve ser terrível olhar para a capa de um novo disco do artista de quem se gosta e ter de deixar a apreciação pelo design,sem poder ouvir a música que a capa guarda...
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