BANDA DESENHADA - QUOTIDIANO DOS SURDOS RETRATADO COM HUMOR
BANDA DESENHADA
QUOTIDIANO DOS SURDOS RETRATADO COM HUMOR
JORNAL DE NOTÍCIAS
SOCIEDADE E VIDA
17/12/2006
direitos reservados
Actual edição de "Léo,o puto surdo",com tiragem de dois mil livros
Foi apresentado ontem,no Instituto Jacob Rodrigues Pereira, em Lisboa, o álbum de BD "Léo, o puto surdo", da autoria do francês Yves Lapalu, falecido em Março de 2001, um bretão que adorava futebol americano e ficção científica e que foi o primeiro surdo a estudar na Escola Superior de Artes Gráficas, em França. Partilhando o problema auditivo com Léo, o protagonista (tantas vezes involuntário) das histórias curtas nele narradas, fez desta obra um caso singular, pela forma como aborda, com assinalável humor, muitas das dificuldades que os surdos vivem no dia-a-dia num mundo bem mais ruidoso do que o recomendável, mostrando como situações perfeitamente normais para pessoas que ouvem bem se podem tornar perigosas, constrangedoras, surpreendentes ou apenas divertidas para as pessoas surdas. Desenhado num estilo humorístico, agradável e simpático, e servido por cores vivas e atraentes, "Léo, o puto surdo", que "resolve todos os seus problemas com humor, ensinando-nos que o melhor remédio para a surdez é sorrir dela", torna essas situações engraçadas para todos, como é o caso da narrativa em que tenta à força ajudar um cego a atravessar a rua, apesar dos seus protestos (ruidosos)!A actual edição, da responsabilidade da Surd'Universo que, no seu site (www.surduniverso.pt) se apresenta como "um sonho colectivo de todos aqueles que pertencem ou simplesmente se interessam pela Comunidade Surda", teve uma tiragem de dois mil exemplares (para já só disponíveis naquele endereço) e compila os dois volumes originais de 1998 e 2002, o que permite acompanhar o desenvolvimento dos talentos gráfico e narrativo do autor ao longo do tempo.A sua tradução teve uma dificuldade inusitada e inultrapassável as diferenças substanciais entre a Langue des Signes Française (LSF), utilizada em "Léo" por Lapalu, e a Língua Gestual Portuguesa (LGP).
OUTROS CASOS NA BD
Professor Xavier (1963)
Líder e mentor dos X-Men por inspiração de Stan Lee e Jack Kirby, defende a convivência entre humanos e mutantes e vê a sua paralisia motora compensada pelo poder telepático que possui.
Demolidor (1964)
Criado por Stan Lee e Bill Everett, Matt Murdock, agora um advogado famoso, ficou cego num acidente com um camião de produtos químicos que desenvolveu os seus outros sentidos, com os quais combate o crime, sob o uniforme do Demolidor.
Silêncio (1979)
Romance gráfico que narra, com contornos fantásticos, o amor entre o atrasado mudo e a feiticeira da aldeia, amados e temidos por todos. E é um libelo acusatório contra os que usam a violência como arma do ódio contra a diferença.
Dorinha e Luca (2004)
Uma cega e um deficiente motor que "são apresentados de uma forma positiva, mostrando o que sabem fazer de melhor. Existem na vida real e agora na Turma da Mónica, que a retrata", afirmou Maurício de Sousa, ao JN, em Novembro, no Festival da Amadora.
QUOTIDIANO DOS SURDOS RETRATADO COM HUMOR
JORNAL DE NOTÍCIAS
SOCIEDADE E VIDA
17/12/2006
direitos reservados
Actual edição de "Léo,o puto surdo",com tiragem de dois mil livros
Foi apresentado ontem,no Instituto Jacob Rodrigues Pereira, em Lisboa, o álbum de BD "Léo, o puto surdo", da autoria do francês Yves Lapalu, falecido em Março de 2001, um bretão que adorava futebol americano e ficção científica e que foi o primeiro surdo a estudar na Escola Superior de Artes Gráficas, em França. Partilhando o problema auditivo com Léo, o protagonista (tantas vezes involuntário) das histórias curtas nele narradas, fez desta obra um caso singular, pela forma como aborda, com assinalável humor, muitas das dificuldades que os surdos vivem no dia-a-dia num mundo bem mais ruidoso do que o recomendável, mostrando como situações perfeitamente normais para pessoas que ouvem bem se podem tornar perigosas, constrangedoras, surpreendentes ou apenas divertidas para as pessoas surdas. Desenhado num estilo humorístico, agradável e simpático, e servido por cores vivas e atraentes, "Léo, o puto surdo", que "resolve todos os seus problemas com humor, ensinando-nos que o melhor remédio para a surdez é sorrir dela", torna essas situações engraçadas para todos, como é o caso da narrativa em que tenta à força ajudar um cego a atravessar a rua, apesar dos seus protestos (ruidosos)!A actual edição, da responsabilidade da Surd'Universo que, no seu site (www.surduniverso.pt) se apresenta como "um sonho colectivo de todos aqueles que pertencem ou simplesmente se interessam pela Comunidade Surda", teve uma tiragem de dois mil exemplares (para já só disponíveis naquele endereço) e compila os dois volumes originais de 1998 e 2002, o que permite acompanhar o desenvolvimento dos talentos gráfico e narrativo do autor ao longo do tempo.A sua tradução teve uma dificuldade inusitada e inultrapassável as diferenças substanciais entre a Langue des Signes Française (LSF), utilizada em "Léo" por Lapalu, e a Língua Gestual Portuguesa (LGP).
OUTROS CASOS NA BD
Professor Xavier (1963)
Líder e mentor dos X-Men por inspiração de Stan Lee e Jack Kirby, defende a convivência entre humanos e mutantes e vê a sua paralisia motora compensada pelo poder telepático que possui.
Demolidor (1964)
Criado por Stan Lee e Bill Everett, Matt Murdock, agora um advogado famoso, ficou cego num acidente com um camião de produtos químicos que desenvolveu os seus outros sentidos, com os quais combate o crime, sob o uniforme do Demolidor.
Silêncio (1979)
Romance gráfico que narra, com contornos fantásticos, o amor entre o atrasado mudo e a feiticeira da aldeia, amados e temidos por todos. E é um libelo acusatório contra os que usam a violência como arma do ódio contra a diferença.
Dorinha e Luca (2004)
Uma cega e um deficiente motor que "são apresentados de uma forma positiva, mostrando o que sabem fazer de melhor. Existem na vida real e agora na Turma da Mónica, que a retrata", afirmou Maurício de Sousa, ao JN, em Novembro, no Festival da Amadora.
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