08 novembro 2006

MARISA IGNORA DEFICIENTES



CORREIO DA MANHÃ

CORREIO VIDAS

4/11/2006

MARISA IGNORA DEFICIENTES

Revolta - Associação condena atitude da manequim

As sextas-feiras são um tormento para Marisa Cruz, que é ‘obrigada’ a separar-se do companheiro, João Vieira Pinto, e do filho, João, no Porto, para apresentar em directo o ‘Euromilhões’, na TVI, em Queluz de Baixo. Na última semana, a manequim teve um stress extra: no dia seguinte, ia desfilar no Portugal Fashion. Tudo isto terá, talvez, contribuído para que Marisa Cruz – como a imagem documenta – violasse uma regra de trânsito, ao estacionar num lugar reservado a deficientes, que se sentem “ofendidos” com a atitude da modelo.

Tudo aconteceu no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, onde Marisa Cruz todas as sextas-feiras deixa o carro enquanto se desloca a Lisboa para apresentar o ‘Euromilhões’.Na semana passada, o Correio Vidas encontrou-a a sair da sua vivenda de luxo, nos arredores do Porto, viu-a entrar no carro com destino ao Aeroporto Sá Carneiro. Já no parque de estacionamento, Marisa deixou o veículo num lugar proibido. “Ela não respeita o espaço dos outros, bem como a diferença”, critica Humberto Santos, presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), salientando que a namorada de João Vieira Pinto demonstra ter “falta de princípios”.Segundo o mesmo responsável, “para um deficiente poder usufruir dos poucos lugares reservados necessita de um dístico que atesta a sua incapacidade” e em mais de uma década de exposição pública nunca nada indiciou que Marisa Cruz padeça de qualquer deficiência. Diz Humberto Santos que os deficientes não podem ocupar estes lugares pelo tempo que desejarem. “Só é permitido estacionar por uma hora”, frisa. Ora, habitualmente, Marisa chega ao aeroporto por volta das 10h30 e só vai buscar o seu carro na madrugada do dia seguinte, ou seja, por volta da 01h00 de sábado, após apresentar o ‘Euromilhões’, e apanhar o voo de regresso para a cidade Invicta. “Por ser figura pública, Marisa Cruz é um exemplo e uma referência para os outros cidadãos. Logo, deveria ter maior preocupação. “Estas atitudes reprováveis são um incentivo para que outros as repitam”, considera o presidente da APD, confessando-se desiludido. “Não esperava que Marisa Cruz tivesse esta atitude. Fiquei muito admirado”, revela, destacando ainda que estes casos “devem ser denunciados” para que as autoridades se sintam “forçadas a agir”. Pedro Oliveira, também da direcção da APD, confessa ficar “desgastado” com gestos como este, até porque também ele é deficiente: “Sendo ela uma figura pública, a sua responsabilidade aumenta. Desapontou-me. Ela está a prejudicar quem precisa realmente daquele lugar, mas isso é um dever cívico.”
Helena Isabel Mota
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